MILITANTES DO MPLA EM CABINDA EXIGEM A DEVOLUÇÃO IMEDIATA DOS CAMIÕES DO PARTIDO DESVIADOS PELA PRIMEIRA SECRETÁRIA PROVINCIAL



‎Nós, militantes do MPLA na província de Cabinda, vimos a público manifestar a nossa profunda indignação e total repúdio diante de um acto de extrema gravidade cometido pela camarada Suzana Abreu, actual Primeira Secretária Provincial do Partido em Cabinda.

‎A camarada Suzana Abreu é acusada, com base em provas concretas e factos verificáveis, de ter desviado oito (8) dos dez (10) camiões enviados pela Direcção Central do Partido com o propósito de apoiar os comités municipais e dinamizar as actividades partidárias nas zonas mais recônditas da província. Em flagrante desvio dos objectivos traçados pela Direcção Central, a camarada optou, de forma unilateral, por colocar apenas dois (2) camiões ao serviço do Comité Provincial, tendo colocado os restantes oito (8) a uma empresa privada por ela criada em sociedade com o camarada John Amado, DAF do Partido na província.

‎Mais grave ainda: as acções dessa empresa foram registadas em nome da irmã da camarada Suzana Abreu e da filha do camarada John Amado, numa clara manobra para ocultar os verdadeiros beneficiários e contornar eventuais responsabilizações públicas. Tal conduta é eticamente inaceitável, politicamente reprovável e juridicamente questionável.

‎Os veículos em causa são camiões de cor vermelha da marca SINOTRUK, com as seguintes matrículas:

‎LD-29-09-HT

‎LD-31-55-HT

‎LD-24-21-HT

‎LD-31-06-HT

‎LD-31-22-HT

‎LD-30-98-HT

‎LD-23-56-HT

‎Outras três matrículas por se confirmar.

‎Numa das reuniões da Comissão Executiva, o camarada John Amado foi confrontado para esclarecer o paradeiro dos camiões, para responder, começou a titubear, limitando-se a dizer que os mesmos foram “alugados para gerar receitas que sustentassem os comités”.

‎Naquele instante, a sala congelou, ficou em silêncio, mas sussurrava-se em todo o canto. Devido à disciplina partidária, mesmo diante de tamanha mentira, os membros na reunião calaram-se, pois a camarada chefe que presidia a reunião já estava a ficar furiosa. Foi uma resposta vergonhosa, escandalosa e sem fundamento. De lá para cá, ou melhor, até hoje, nenhum comité recebeu qualquer cêntimo proveniente desse alegado aluguer.

‎É importante recordar que os destinos destes meios não podem ser decididos de forma unilateral, uma vez que todos os militantes conhecem bem o motivo pelo qual esses camiões foram enviados a Cabinda.

‎A direcção da referida empresa ora criada pela chefe e pelo camarada John Amado está localizada ao lado das bombas de combustível que abastecem as viaturas do Governo Provincial, nas imediações do supermercado “Nosso Super”, onde os oito camiões desviados são estacionados no fim do dia. Desafiamos a camarada Primeira Secretária a ter a coragem de desmentir estas informações novamente perante os militantes ou nas redes sociais, como tem feito.

‎Diante desta situação, pedimos que a Direcção Central do MPLA envie uma equipa independente à província de Cabinda para averiguar a veracidade desta denúncia. Rejeitamos a presença da actual equipa de acompanhamento da província, por estarem directamente envolvidos ou cúmplices neste escândalo. Os meios desviados foram adquiridos com fundos do Partido e são propriedade do Partido e não de qualquer dirigente, independentemente do seu cargo ou influência.

‎É absolutamente inadmissível que, num momento em que os comités enfrentam enormes dificuldades, dirigentes se aproveitem dos recursos do Partido para fins pessoais e negócios privados. A apropriação indevida de bens partidários constitui um acto de sabotagem interna e traição aos ideais fundadores do MPLA.

‎Reiteramos que não estamos contra a camarada Suzana Abreu enquanto pessoa, mas contra os seus actos e condutas lesivas aos interesses do Partido. A nossa exigência é simples, clara e legítima: a devolução imediata e incondicional dos camiões ao MPLA, para que sejam utilizados exclusivamente nos fins para os quais foram destinados.

‎Apelamos com veemência e sentido de responsabilidade ao Camarada Presidente do MPLA, João Lourenço, para que tome conhecimento desta situação e oriente, com firmeza, a reposição da legalidade e da disciplina partidária na província de Cabinda.

‎Os bens do MPLA pertencem ao MPLA.

‎O MPLA não é propriedade privada.

‎Quem usa o nome do Partido para enriquecer pessoalmente desonra o seu legado e trai a memória dos seus mártires.

‎Não nos calaremos diante da injustiça. Não seremos cúmplices da destruição da imagem do nosso glorioso Partido por práticas que atentam contra a moral, a ética e os valores revolucionários que sempre defenderam a causa do povo.

‎Sobre as últimas informações que circulavam nas redes sociais, que detalhavam a sua conduta no Partido e no Governo, esperávamos da camarada Primeira Secretária uma postura mais sensata e conciliadora. Convocou urgentemente toda a Comissão Executiva para uma reunião de um dia inteiro com o objectivo exclusivo de discutir informações que circulavam na internet sobre a sua gestão danosa, numa província cheia de problemas urgentes por resolver. Lamentável.

‎Durante o encontro, a camarada chefe nem sequer teve coragem de desmentir as denúncias perante a sua equipa de trabalho, pois sabia que todos os presentes têm pleno conhecimento dos factos. A arrogância, as acusações e o desrespeito dominavam o encontro. Para piorar: obrigou os membros da Comissão Executiva a publicar desmentidos nas redes sociais, pedido feito na presença do camarada Ventura de Azevedo, Coordenador Adjunto do Grupo de Acompanhamento do BP para Cabinda. Francamente, camarada Primeira Secretária, isso ultrapassa todos os limites de uma liderança séria.

‎Como já é do costume, aguardamos novamente uma reunião de emergência ou um comunicado a desmentir a problemática dos camiões.

‎Exigimos justiça. Exigimos respeito pelos militantes e pela história do MPLA.

‎Atenciosamente,

‎Os Militantes Vigilantes e Comprometidos com a Verdade e o bem-estar do Partido.

‎VIVA O NOSSO GLORIOSO MPLA.

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