Um ex-oficial da CIA, Dale Bendler, confessou em julgamento que prestou serviços irregulares a Higino Carneiro, ex-governador da província de Luanda, em Angola. A revelação, feita no tribunal do Distrito Leste da Virgínia, pode resultar em uma condenação de até 24 meses de prisão para Bendler, que se declarou culpado de violar leis americanas.
Segundo o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, Bendler atuou como contratado da CIA entre julho de 2017 e setembro de 2020, tendo acesso a documentos altamente sensíveis. A acusação afirma que ele usou essas informações para benefício pessoal, recebendo cerca de 360 mil dólares em honorários privados.
Os registros apresentados pelo ex-oficial da CIA indicam que o principal beneficiário de seus serviços era Higino Carneiro. Mensalmente, pelo menos 20 mil dólares eram pagos a Bendler para organizar campanhas de relações públicas em defesa de Carneiro, que enfrentava acusações de desvio de fundos. Além disso, ele foi contratado para desenvolver ações de lobby junto a autoridades norte-americanas e internacionais.
Documentos do caso também mencionam o apoio político a uma possível candidatura presidencial de Higino Carneiro. As ligações entre Bendler e Angola começaram a ser desvendadas em maio de 2025, após uma revelação feita por jornalistas da área de segurança nacional, seguindo uma entrevista de Bendler ao podcast de Tim House em março de 2024.
Fontes próximas ao caso afirmam que os pagamentos mensais feitos a Bendler eram efetivamente financiados pela empresa de Tomasz Dowbor, um movimento estratégico para dissociar Higino Carneiro de sua ligação com o agente da CIA. Essa manobra revela a complexidade das relações entre interesses políticos e serviços de inteligência, levantando questões sobre a legalidade e a ética das ações de Bendler e de seus associados.
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