Na lupa do Laboratório Sakatindi, caiu mais uma vez um dos escândalos de assalto à conta da Sonangol no Banco Yetu, expondo uma verdadeira rede de meliantes.
O caso demonstra, mais uma vez, a necessidade de uma intervenção urgente para salvaguardar a confiança no sistema financeiro nacional. Porém, infelizmente, o suborno e a corrupção continuam a sobrepor-se à legalidade.
O Banco Yetu, propriedade do empresário Elias Chimucu, tem sido palco de um verdadeiro kudurismo financeiro, onde gestores e administradores praticam atos promíscuos sob a conivência dos seus responsáveis hierárquicos. Recorde-se, por exemplo, a expulsão do ex-administrador João Ferreira, envolvido no desvio de fundos de várias empresas.
Desta vez, sob a liderança de Telma Nascimento, equipas dos Centros de Empresa do Banco Yetu da sede e de Talatona montaram um esquema fraudulento para assaltar a conta da Sonangol. A tentativa, que acabou por ser descoberta e desmantelada após a segunda execução, resultou na exoneração da Diretora e no afastamento de outros colaboradores diretamente implicados.
As investigações revelaram que os Centros de Empresa do Banco Yetu se transformaram em núcleos de práticas ilícitas, incluindo manipulação do mercado cambial, suborno a clientes e concessão de créditos a empresas-fantasma.
Entre os nomes associados ao esquema constam;
1- Telma Nascimento-apontada como líder da quadrilha, ex-funcionária do BIC e do Atlântico BCS, namorada do Dr. André Lopes e do Dr. Paulo Fontes, que a protegem. Atualmente encontra-se em regime de TIR e suspensa.
2- Janete Mingas- madrinha do filho do músico Preto Show e amante do ex-ADM João Ferreira e do Deolindo Chimuco, promovida para continuar práticas ilícitas; encontra-se foragida.
3- Fernando Demba- envolvido no esquema.
4- Gaspar Mendes de Carvalho- filho do histórico Uanhenga Xitu e tio do músico Big Nelo, também foragido.
5- António Suculate- suspenso, em casa, igualmente em regime de TIR.
Todos estão a ser ouvidos pelo SIC Geral, acusados de desviar mais de 475 milhões de kwanzas da conta da Sonangol, montante repartido entre os cinco implicados.
Este episódio reacende, inevitavelmente, o alerta ao Banco Nacional de Angola (BNA), que deve reforçar a supervisão sobre os procedimentos do Banco Yetu, instituição que há vários anos acumula denúncias de irregularidades e violações dos princípios da banca comercial.
Convém recordar que, nos últimos anos, o Banco Yetu apresentou resultados negativos consecutivos, sem distribuição de dividendos aos colaboradores, enquanto mais de 10 milhões de dólares terão sido desviados através de créditos concedidos a empresas fictícias, deixando um rasto de perdas e insolvência técnica.
Nesse ambiente de fragilidade e impunidade, alguns colaboradores passaram a atuar de forma ainda mais agressiva, roubando abertamente os próprios clientes.
É Sakatindi – Informações Além do Óbvio.
É SAKATINDI
Sabalo Salazar
Perito Judicial & Especialista Forense.
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