Ex-esposa de Zenu está ganhar milhões com ajuda da sua tia Ana Dias Lourenço

 


A empresa de construção civil e obras públicas “Carmon Restrutura – Engenharia e Serviços Técnicos Especiais (SU) Ltd, pertencente a Mayra Isungi Campos Costa (dos Santos) – ex-esposa de José Filomeno dos Santos, (Zenu), filho do ex-presidente da República – anunciou recentemente, em Luanda, a sua “internacionalização” para um futuro próximo, disse um empresário que entregou vários documentos que denunciam o esquema de subfacturação da empresa Carmon, ao Jornal O Crime. 


Segundo a fonte do Jornal O Crime, A Carmon Reestrutura é controlada pela firma “SST Participações SA.” é uma outra empresa de Mayra Campos Costa, que, há anos, tem sido utilizada como uma tubagem para desvios, delapidação e exportação de milhões de dólares norte-americanos do erário de Angola, e o enriquecimento ilícito da família do ex-presidente José Eduardo dos Santos, protegendo um grupo de sócios “fantasmas” envolvidos em esquemas montados na estrutura governamental.


De acordo com a fonte do Jornal O Crime, por trás dessa empresa está escondido um esquema de tráfico de influência, branqueamento internacional de capitais, corrupção, associação criminosa e operações danosas à economia do país, em 16 anos, a empresa gerenciou um volume de negócios equivalente a 2 bilhões de dólares norte-americanos, sendo grande parte dos quais financiada pela Linha de Crédito da China (LCC).

“Contra a expectativa de milhões de angolanos, os esquemas continuam a driblar o programa do Executivo de Combate à Corrupção e da Recuperação de Capitais. Uma luta (quase perdida), liderada pelo Presidente João Manuel Gonçalves Lourenço” afirmou o empresário português.



A saga começou em 2007, quando, por via de José Filomeno dos Santos, esposo da então Mayra dos Santos, a minúscula e visível empresa de obras públicas, hoje, com sede no condomínio Belas Business Park, edifício Cabinda nº 503, município Belas, província de Luanda, acabava de ser criada nos papéis obteve do Conselho de Ministros a consignação directa de obras da construção de oito pequenas pontes duplas das obras de Arte Especiais inseridas no troço Nzeto / Soio, pacote 7 do projecto de construção da Auto-estrada Kifangondo – Caxito, Nzeto-Soio, na província do Zaire, que chegaram ao custo de 612.753.543, 27 de dólares, afirmou a fonte.


Curiosamente, várias destas pontes foram construídas em terra seca e são completamente inúteis e dispensáveis, segundo especialistas em construção e obras públicas em Angola, frisou o empresário que por sinal engenheiro de construção civil.

“Inicialmente, o contrato, (sub nº 330/ INEA-2018), foi celebrado por um valor já em si subfacturado de 462,982.930,32 de dólares”.


Segundo a fonte, com a influência de Zenu dos Santos, o pai, José Eduardo dos Santos, instruiu o pagamento de 92,595,586,06 de dólares, sem reembolso directo à petrolífera fora do OGE e da visibilidade do executivo, por via da Sonangol-EP, numa das contas da Carmon domiciliada no Banco de Fomento Angola (BFA), disse a fonte que entregou as provas em posse do Jornal O Crime.

“Em teoria, funcionaria como um adiantamento (downpayment) de 20% do valor do contrato, tal como atesta a nota de recibo nº. A.RR./2008, elaborada pela área financeira da Carmon” denunciou a fonte.


Fruto do Decreto Presidencial nº 196-13, publicado na primeira série nº 226, de 25 de novembro de 2013, do Diário da República, o Banco Angolano de Investimento (BAI), financiou com 396.798.713,56 a liquidação até o valor global do contrato, diz a missiva entrega ao portal o Ladrão.

Aproveitando-se da fragilidade do sistema de controlo e fiscalização do Ministério das Finanças, além do valor do ROI, incluindo a diferença cambial bancária estimada em 66.184.216,76 de dólares a norte-americanos, a Carmon embolsou adicionalmente 149.770.614,95 de dólares como resultado de um pagamento a duas adendas a mais, “fabricadas” e sem assinatura do valor do contrato aprovado e financiado, levando desta forma para 612.753.545,20 de dólares, tão só para as despesas do Ministério das Finanças e do Executivo, sem qualquer justificação e nem adendas ao contrato para, pelo menos, disfarçar o roubo e o banquete que estava apenas a começar, afirmou o empresário que pediu o anonimato mas entregou provas da denuncia.


Encontrastes as despesas subfacturadas a Carmon implementou a obra cujo orçamento real é de apenas 60 milhões de dólares norte-americanos, encaixando muitos milhões de dólares, incluído e fora do contrato, só para começar a festa.

FUNDAÇÃO DA REDE

Com este dinheiro ilícito, desviado do Estado angolano, Mayara e Zenu dos Santos, a par de outros sócios fantasmas da Carmon- financiaram a aquisição dos meios técnicos com as quais a empresa deu os seus primeiros passos com uma vasta cadeia de tráfico de influência, saque, lavagem de dinheiro do Estado, corrupção, operações danosa da economia e associação criminosa, diz o documento em posse do Jornal O Crime.


Trata-se de uma suposta rede criminosa que tem prendido e feito reféns as instituições públicas e consegue manter a Carmon longe da teia do combate contra a corrupção e recuperação de capitais do Estado angolano, disse a fonte.

“Houve, inclusive, a tentativa de uma escandalosa aproximação a primeira-dama da República, Ana Dias Lourenço, com patrocínios empresariais à campanha “Nascer Livre Para Brilhar” que foi supostamente terminada durante os inúmeros escândalos de corrupção da empresa, tornados públicos pela Televisão Pública de Angola, no programa “O Banquete” em Maio de 2021” disse o empresário ao Jornal O Crime.


A província do Zaire representava o primeiro golpe debaixo do tecto e selo da Carmon. O casal dos Santos reforçaria assim um casamento rentável e Imparável, disse.

A SAGA CONTINUA

Com mais de 600 milhões de dólares encaixados do projecto orientado a desenvolver as populações do Zaire, que ainda observavam níveis impressionantes de subdesenvolvimento, o casal e seu grupo partem para Namibe e aterram num projecto de obras no valor de 298.895.465,89 de euros para a continuação do banquete, denunciou o empresário.



Segundo a fonte deste Jornal, trata-se da obra de reabilitação e construção das pontes inseridas no Eixo Rodoviário Tómbwa / Namibe / Bentiaba / Lucira. A Carmon aparece num subcontrato com subfacturação.

De acordo com a fonte e com os documentos exibidos, o contrato principal do consórcio “CLL-peninsular”, foi celebrado no dia 20 de Junho de 2008, entre o Estado angolano e a empresa espanhola CLL- peninsular SA, por 298.895.465,89 de Euro e estando garantido, por via de uma linha de crédito da Espanha, segundo o decreto do Conselho de Ministros nº 40/05 de 8 de Junho, todo este valor foi canalizado a conta da CLL- Peninsular na Espanha.


Para executar a obra, os “maestros espanhóis”, subcontrataram a “Carmon” por apenas 151.955.154,48 de euros, que representa metade do orçamento total da obra. O valor foi depositado no banco BPI, em Portugal, na conta nº 4203112307001, em nome da Carmon Reestrutura Engenharia e Serviços Técnicos Especiais Limitada.

Daí, o dinheiro foi distribuído para Singapura, Brasil, Suíça, Portugal e para outras partes do mundo, menos em Angola, onde a obra seria executada. Logo a seguir, a conta do BPI foi imediatamente encerrada para não deixar rastos.


Quanto aos “maestros espanhóis” de CLL- Península S.A, muda o nome para coddex-construcciones e Ingenieria e Proyectos, SA, com NIF número A39144218 e sede social em Madrid (paseio de la costelana 91 2º planta), Espanha, afirmou a fonte.

Em Angola passa a ser a Ceddex Angola, com sede no edifício Rei Catyavala Rua Rei Catyavarla s/n, piso 11, Ingombotas, Luanda e mais tarde, no mesmo endereço, eles chegam a ser citados como SACEP Lda,

Como um golpe milagroso, a obra do Namíbia vai ser executada adivinha-se como: com os “criminosos” lucros dos roubos das minúsculas pontes do Zaire que financiam toda empreitada.


Ao ver a obra no terreno concluída com apenas 60 milhões de euros pela Carmon, o Estado angolano sofre um desfalque e prejuízo na ordem dos 240 milhões de euros que acabaram em contas do casal dos Santos, da CLL- penínsular e dos sócios fantasmas na Europa e no mundo.

Curiosamente, nenhum dos valores destes roubos vergonhosos ao Zaire e ao Namibe, à mão da Carmo, foram recuperados pelo Estado que saiu de lapidado, afirma o empresário.

Até hoje, a Carmo não devolveu um único dólar. Nem reparou o dinheiro retido ilicitamente. Jamais houve uma acção legal do Estado contra si, até mesmo quando, no país, vigora um programa nacional contra a corrupção e de recuperação de capitais, disse ao Jornal O Crime.


Grande parte deste dinheiro, continua escondido nas contas bancárias dos seus sócios fantasmas no país e no estrangeiro, além do património e parque de equipamentos da empresa, acrescentou o empresário português.

ANATOMIA DO SAQUE

Até a data, o volume de negócios da Carmon é de 1.921.314.612,72 de dólares com a mão de Zenu dos Santos. Porém, tudo começava sempre com que a influência de Zenu dos Santos, na época, junto do “papai” no Palácio da Cidade Alta. Era o pai, então titular do Poder Executivo e chefe de Estado que liderava o Conselho de ministros e assegurava um posto privilegiado para o grupo varrer a consignação de um mar de empreitadas por ajustes directo, sem concurso público, como atestam inúmeros despachos e decretos presidenciais da época, publicados em Diário da República.


Os proventos da saga eram depositados na conta bancária da Carmon controladas e instruídas pela Mayra dos Santos que manipulava a administração da empresa citada, pela fonte.

Já os dividendos seriam repartidos pelo casal dos Santos e o tenebroso grupo de sócios fantasmas. São predadores sem rosto visível no negócio, mas presentes em todo lado para lapidar a economia do Estado, diz a fonte.

Alguns sócios fantasmas da empresa ainda tentaram pagar luvas e corromper a equipe de produção da TPA para alterar e apagar detalhes e figuras das suas operações no documentário, denunciou o empresário ao portal Ladrão.

Foi a tentativa de encobrir apenas um pouco da verdade dos factos para que a natureza da Carmon e a veracidade dos seus mentores continuassem ocultas da sociedade e da Justiça.

O RISCO DE NOVO “SAQUE” EM BREVE

A luta contra a corrupção do Presidente João Lourenço impôs uma nova regra aos predadores do erário público: o silêncio, o desespero e o nervosismo que escapa a flor da pele. O casal do Santos e seus sócios fantasmas apertam a respiração a fundo e aguardam “ansiosamente” que uma última factura lhe sejam pagas para o Estado angolano, ao valor de 40.224.687,28 de dólares pela obra paralisada do novo Aeroporto de Luanda, inserida como primeira agenda do contrato nº 80/INEA/ 2018, em nome da Carmon Reestrutura como que se a ministra das Finanças, Vera Daves, ainda tivesse mais dinheiro em dívida para pagar a empresa.

Na verdade, é a Carmon que deve centenas de milhões de dólares e euros do Estado que devem ser investigados e recuperados imediatamente, no quadro da luta contra a corrupção.

Desnecessário é citar a pouca vergonha do “choque” que representou a obra do nó da Corimba que vigora no (Contrato nº 107.108/ DNIP.MICONS-2017), enquadrada na construção da Via Marginal Sudoeste, segunda etapa do troço Praia do Bispo à Corimba, na Província de Luanda.

Sem benefícios e proveitos práticos com a obra finalizada, foram 41.384.990,27 cêntimo de dólares norte-americanos, pagos à Carmon e praticamente “jogados ao mar da Corimba”, em forma de betão e asfalto inútil, como um monumento ao saque e desperdício do parco dinheiro dos angolanos.

A NOVA RAINHA DO BANQUETA

A menina do Rangel era apenas conhecida como Mayra Isungi Campos da Costa, pessoa simples e modesta, até acertar na lotaria: um casamento de “prodígio” com o filho varão de José Eduardo dos Santos, passa a ser Mayra dos Santos e tudo muda.

Entra para os grandes negócios, após um “banho”, “baptismo” na Sonangol, onde prendeu uma curta posição de trabalho. Aos 29 anos, chega a ser dona da maior empresa de construção de Angola, a Carmon Reestrutura LDA, a chamada Odebrecht de Angola, que terá obras de estradas e pontes por todo lado.

Residente em Luanda, no bairro Talatona, rua Praia do Mussulo Nº 5, via AL. Condomínio Rivera, município do Belas, Distrito Urbano do Talatona, Mayra anda sob luxúria e extravagância, encoberta num ar tímido de menina doce e religiosa.

Como qualquer cobra, Mayra / Carmon nasce num ninho de ovos minúsculos, como são as pequenas pontes duplas do Zaire e até três séries devorar todas as obras em nome do marido e dos outros sócios fantasmas, (muitos dos quais foragidos em Portugal em boas vidas, com o dinheiro dos angolanos), a quem ela própria emprestará o rosto daí por diante.

O ESCORRE OS ESCONDERIJO

Com a Carmon em mãos, Mayra tenta fugir da verdade, enterrada a cabeça a terra. Todavia, ela não consegue disfarçar, pois o rasto dos supostos crimes que descreve para as obras que assumiu informa um enorme invisível rabo da avestruz, diz a denúncia em posse do portal o Ladrão.

Em 2018, com a saída definitiva do sogro, José Eduardo dos Santos, da cidade alta e da política activa, onde permaneceu por 38 anos, somando a queda, em desgraça do então marido Zenu, exonerado do Fundo Soberano de Angola que liderava, por conta do “papai”, Mayra dos Santos publicamente assume um divórcio estranho em silencioso e aparentemente demarca-se da família dos Santos sob perseguição legal em várias frentes.

Com o “divórcio” ela fica “protegida” hipoteticamente desta perseguição que apenas chega a Isabel dos Santos, Zenu dos Santos e Welwitcha dos Santos (Tchizé), todos “rebentos” de José rebentos de José Eduardo dos Santos, frisou a fonte.

Já em círculos privados, Mayra veste uma nova casaca e se apresenta como sobrinha de Ana Dias Lourenço, nova primeira-dama da República. No outro golpe, pisca olhos a Luzia Freira de Souza Inglês Van-Dunen (Ingá) à quem agora chama por tia e pede ajuda para cruzar os muros do Palácio da Cidade Alta e fazer novas amizades “padrinhos” junto do novo inclino, o casal e família Lourenço, disse a fonte acrescentando que em causa estaria a tentativa de garantir novos contratos de obras, obter ajuda para driblar o sistema de Justiça de Angola e fazer a Carmon escapar e sobreviver ao impiedosa programa de combate à corrupção e recuperação de capitais que já dispôs de património grande parte da família Dos Santos.

De acordo com a fonte deste portal, o seu marido, Zenu, chegou às barras da Justiça onde foi julgado e sentenciado. Os crimes foram os mesmos dos da saga da Carmon e respondem pela mesma natureza do apetite: desvios de fundos do Estado, furto, corrupção, branqueamento de capitais e associação criminosa.

Ao início de 2023, Mayra dos Santos, ou seja, Mayra Costa, afastou a antiga direcção, para, agora, pessoalmente assumir é rédeas da gestão da empresa e faze-lá escapar da acção da Justiça.

Mayra mudou os símbolos, a logomarca e o rosto da empresa para iludir a sociedade, esta, já não é Carmon que todos conhecem. A Carmon que delapidou o erário e esconde tudo no seu próprio património, somente esperando que a tempestade da luta contra a corrupção passa, a justiça se distraia ainda mais e ela volta novamente para o ataque contra o tesouro e o Estado, se nada for feito para detê-la.

Até lá, Mayra dá o peito. Informa a blindagem para continuar a cobrir e proteger a turma de sócios fantasmas da Carmon Reestrutura, dentre os quais constava o “miúdo”, antigo padrinho do jogo de influência no Palácio da Cidade Alta: o tal gato escondido com o rabo de fora, no Coração do basquete: José Filomeno dos Santos.


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